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Zagallo craque: 13 letras e uma vida a serviço da seleção brasileira

Velho Lobo morreu de falência múltipla dos órgãos aos 92 anos

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Mário Jorge Lobo Zagallo merece todas as homenagens possíveis. Após indicação da CBF, a lenda da Seleção Brasileira foi escolhida para integrar o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) 2020.© Lucas Figueiredo/CBF
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Zagallo craque: 13 letras e uma vida a serviço da seleção brasileira
Velho Lobo morreu de falência múltipla dos órgãos aos 92 anos
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Publicado em 06/01/2024 – 09:24 Por Lincoln Chaves – Repórter da EBC* – São Paulo
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“Brasil campeão tem 13 letras”. Escutar essa frase é lembrar de Mário Jorge Lobo Zagallo. Uma das razões é o apego dele ao número 13, que surgiu com a esposa Alcina, devota de Santo Antônio (cuja data é comemorada em um dia 13). A outra é a história vitoriosa, de mais de meio século, dedicada à seleção brasileira – dentro ou fora de campo.

Simplesmente quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha tiveram participação do Velho Lobo: dois como atleta, um como técnico e um como coordenador técnico.

Mário Jorge Lobo Zagallo morreu às 23:41 desta sexta-feira (5). O velho Lobo, tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar técnico com a Seleção Brasileira, tinha 92 anos. O Hospital Barra D’Or, onde o ídolo estava internado desde o final do ano ado, comunicou que ele não resistiu a uma falência múltipla de órgãos resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.

A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues lamentou a morte da “lenda”:

“A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol.”

O velório será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30 deste domingo. A solenidade será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h do mesmo domingo no Cemitério São João Batista.

Trajetória
Morre o tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo aos 92 anos. Foto: Instagram/ZagalloOficial
Zagallo estava internado desde o final do ano ado e morreu de falência múltipla dos órgãos – Instagram/ZagalloOficial
Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.

Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.

A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido “formiguinha”.

Foi também em 1958 que a agem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.

Treinador
Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.

Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.

Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo ou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.

A nova agem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.

Zagallo recebe uma réplica da taça Jules Rimet, nos 50 anos do Tricampeonato Mundial
Zagallo recebe uma réplica da taça Jules Rimet, nos 50 anos do Tricampeonato Mundial – CBF/Arquivo Pessoal/Direitos reservados
O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda agem de Zagallo no comando da seleção brasileira.

Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.

Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, “Zagallo craque” não tem 13 letras a toa.

*Colaborou o repórter Juliano Justo, da EBC

Edição: Denise Griesinger

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Brasil vence primeira com Ancelotti e se classifica para Copa do Mundo

Jogando em São Paulo, seleção derrota Paraguai por 1 a 0

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A seleção brasileira garantiu a classificação para a Copa do Mundo de 2026, que será disputada no México, no Canadá e nos Estados Unidos. O feito foi alcançado na noite desta terça-feira (10), quando o Brasil derrotou o Paraguai por 1 a 0, em Itaquera, São Paulo. Este foi o primeiro triunfo da equipe canarinho sob o comando do técnico italiano Carlo Ancelotti.

A vitória em casa levou a seleção brasileira aos 25 pontos nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, assumindo a terceira posição da classificação. Desta forma o Brasil não pode mais ficar fora da zona de classificação para o próximo Mundial, quando faltam apenas duas rodadas para o final da competição.

Após um frustrante empate sem gols com o Equador na partida que marcou a sua estreia no comando da seleção brasileira, Carlo Ancelotti optou por um esquema de jogo diferente diante dos Paraguaios. Para uma partida na qual contaria com o apoio da torcida, e na qual enfrentaria um adversário conhecido pela força defensiva, o treinador optou por uma formação ousada, na qual o Brasil começou com apenas dois meio-campistas de ofício e quatro jogadores de frente.

Nesse quarteto ofensivo Gabriel Martinelli ocupou a ponta esquerda, Raphinha ficava aberto pela direita, enquanto Matheus Cunha e Vinicius Júnior ficavam mais centralizados, mas sem guardar posição e retornando bastante para auxiliar na criação das jogadas ofensivas.

A aposta se mostrou acertada, e o Brasil assumiu o controle desde os primeiros minutos do primeiro tempo, acuando a equipe paraguaia e criando boas oportunidades de marcar. A primeira surgiu aos 11 minutos, quando Matheus Cunha cruzou rasteiro, mas Vinicius Júnior chegou atrasado e não conseguiu finalizar.

Aos 34, a seleção ficou muito perto de marcar, quando Martinelli fez boa jogada pela esquerda e cruzou na segunda trave, onde Matheus Cunha, com muita liberdade, cabeceou sem direção.

Porém, de tanto tentar, o Brasil chegou ao gol da vitória antes do intervalo. Aos 43 minutos Raphinha partiu em velocidade pela direita, mas acabou desarmado pela defesa adversária. Matheus Cunha surgiu então em velocidade, roubou a bola, chegou à linha de fundo e cruzou para Vinicius Júnior, que teve apenas o trabalho de escorar.

Na etapa final a seleção brasileira até começou muito bem, criando oportunidades de ampliar a vantagem com Bruno Guimarães, Raphinha e Gerson. No entanto, o Paraguai conseguiu segurar a pressão e o placar até o apito final.

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